PGR abre caminho para incluir Eduardo na trama golpista 5y506e

28/05/2025 05h50 - Atualizado há 10 dias

Parlamentar ficou de fora da denúncia contra Jair Bolsonaro e demais réus 2b1b1y

Cb image default
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) • Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

Interlocutores do procurador-geral da República, Paulo Gonet, relataram à CNN que a forma como foi instaurada a investigação contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pode abrir caminho para que ele seja inserido no contexto da trama golpista.

O parlamentar ficou de fora da denúncia contra Jair Bolsonaro e demais réus, mas há uma expectativa de que a investigação agora pela sua operação por sanções internacionais contra Gonet e membros do Supremo Tribunal Federal (STF) e da Polícia Federal (PF) possa trazer fatos novos que o vinculem à trama golpista.

Se isso ocorrer, a ideia é apresentar uma nova denúncia contra ele, e não aditar a denúncia já feita. Isso porque essa segunda opção atrasaria o processo e, consequentemente, o julgamento.

No requerimento de instalação, Gonet pede que ele seja indiciado também pelo crime de abolição do Estado Democrático de Direito, mesmo crime pelo qual os réus da trama golpista serão julgados.

Isso foi visto como um sinal da disposição da PGR de ligar os dois eventos. Outro sinal foi dado pela própria PF, que vai distribuir a investigação para a mesma equipe que apurou o inquérito que apurou o suposto plano de golpe.

A pena prevista para esse crime é maior do que os outros dois crimes que ele foi indiciado. Um é o de coação no curso de processo, que é o uso de ameaça ou violência para interferir no andamento de um processo judicial e beneficiar a si ou a outra pessoa. A pena é de um a quatro anos de prisão. O outro é obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa. A pena é de três a oito anos de prisão.

Gonet considerou que “Eduardo Bolsonaro se dedica com denodada diligência, o intuito de impedir, com a ameaça, o funcionamento pleno dos Poderes constitucionais do mais alto tribunal do Poder Judiciário, da Polícia Federal e da cúpula do Ministério Público Federal, com isso atentando contra a normalidade do Estado democrático de direito” e que “a gravidade da ameaça de 'pena de morte civil internacional'”.

Afirma ainda que “as retaliações buscadas, concatenadas e anunciadas intrepidamente contra as autoridades responsáveis pela condução dos casos mencionados nesta peça se assomam como graves atos de interferência sobre o livre exercício dos Poderes Constitucionais”.

Procurada, a defesa de Eduardo não se posicionou.

Blog Caio Junqueira - CNN