Casais comemoram 1º Gre-Nal juntos e querem clima de Copa na área mista 6a3j4t
A inédita iniciativa de uma área mista para torcedores no Gre-Nal do próximo domingo tem tudo para abrir caminhos para a paz nos estádios a longo prazo, mas já se mostra capaz de resolver um problema mais particular. Misturar colorados e gremistas num espaço destinado a 2 mil pessoas no Beira-Rio dá fim à momentânea separação entre casais. Que costuma durar 90 minutos, fora as cornetas. Enfim juntos também na bola, namorados esperam ver um clima de Copa do Mundo nas cadeiras do estádio. 1c6v5z
O GloboEsporte.com procurou dois casais que jamais assistiram a um clássico juntos, exatamente porque cada namorado torce para um dos clubes. Vicente é gremista e Melissa, colorada. No caso de Rafael e Paula, a história se inverte. Eles conservam, no entanto, uma semelhança. Em ambos casos, as mulheres tomaram a dianteira para garantir um espaço na área mista no domingo.
- Na realidade, ela teve iniciativa. Eu sou sócio do Grêmio. Eu concordei plenamente. Poderia ser uma oportunidade ímpar de a gente ir a um Gre-Nal juntos - ite Vicente Biason.
Vicente tem um bom exemplo na família. O pai é gremista, enquanto a mãe torce pelo Inter. Eles foram juntos à final do Brasileiro de 1975, vencido pelo Colorado sobre o Cruzeiro, gol iluminado de Elias Figueroa.
Ele já fez algo parecido. São dez anos de namoro, e o máximo de convivência num estádio foram idas à paisana ao jogo do rival com outro clube qualquer, para acompanhar Melissa Hugentobler, sócia fanática do Inter. Uma das partidas recentes foi a derrota vermelha para o São Paulo, no ano ado, gol de Ganso.
- Eu já estava esperando a área mista desde o ano ado, quando foi cogitada. Desta vez, pedi para o Vicente conseguir uma folga do trabalho e deu tudo certo - celebra a jornalista.
Essa pressão feminina também foi sentida por Rafael Moraes. Como apenas sócios do Inter podem convidar um gremista, foi intimado pela namorada Paula Souza, tricolor e que conseguiu convencer o companheiro a tempo de fisgar a carga final de ingressos para o setor.
- Rolou uma pressãozinha - sorri o representante comercial, sócio vermelho desde 1998.
Os dois casais não se conhecem, mas, além da mesma vontade de comparecer à área mista, compartilham opiniões semelhantes. Todos apostam no sucesso da iniciativa. Argumentos não faltam.
- Se estou convidando uma pessoa próxima a mim, eu vou me responsabilizar por ela. Obviamente, não vou querer envolvê-la em nenhuma confusão - opina Rafael.
- O Brasil todo estará de olho na área mista, todas as câmeras se voltarão para lá. Todos querem dar um bom exemplo - acrescenta Melissa. - Quando comprei os ingressos, vi que era muito pessoal de família. Casais mesmo. De gente que nunca pôde estar aproveitando de fato. Vai ser um ambiente familiar.
- Vou torcer pelo sucesso disso e que o Grêmio faça o mesmo. Que da próxima vez seja um espaço com 10 mil pessoas. Estivemos em Fan Fest aqui em Porto Alegre e tomara que tenhamos de volta aquele clima de Copa - torce Vicente.
A oportunidade de fazer história também os move. Vicente avisa que os ingressos da área mista serão guardados com status de troféu, daqueles de se mostrar com indisfarçável orgulho para filhos e netos. A empolgação com a iniciativa é tanta que o gremista espera até um placar compartilhado.
- Empate com gols. Que seja 4 a 4! - diverte-se, num espírito esportivo que o Beira-Rio inteiro poderia copiar para o duelo das 18h30 de domingo.
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